terça-feira, 10 de abril de 2007

Resgate: formandos em jornalismo desenterram a historia futebolística da cidade

Aristides Leo Pardo - 8º período de jornalismo - FAFIC/Campos

No mês de junho, ocorrerá na Faculdade de Campos (FAFIC) as apresentações das monografias dos alunos do último período de jornalismo. A apresentação dos trabalhos é exigência para conclusão do curso de graduação.

Os trabalhos estão sendo desenvolvidos por parte dos formandos, com total dedicação e afinco, por parte dos formando, e este ano haverá uma grande diversidade de temas, que passa pela analise das eleições municipais de 2004 sob a ótica dos jornais Folha da Manhã e O Diário, os principais da cidade, até a visão do jornalismo impresso nas igrejas evangélicas, tendo como foco principal o jornal Folha Universal, da Igreja universal do Reino de Deus (IURD).

Um dos trabalhos mais esperados é o dos alunos Aristisdes Leo Pardo, o Tide, 31, Ingrid Figueiredo Oliveira, 22, e Ramon de Sá Viana, 28. A pesquisa tem como objetivo o resgate da historia do futebol campista desde os seus primórdios, no longínguo ano de 1910, até os dias atuais. Investigando o olhar da imprensa campista sobre a falência de muitos clubes, devido à fusão do antigo Estado do rio com o da Guanabara e à decadência da próspera indústria canavieira na região, os pesquisadores buscarão nos jornais campistas as reportagens que contam história da época e que comprovem sua tese.

Segundo Tide, a fusão dos estados atrapalhou o desenvolvimento dos clubes do interior como um todo.

“O Americano, o Goytacaz e o Fonseca de Niterói eram os principais clubes do estado, e após a fusão, se tornaram apenas coadjuvantes para os times da cidade do Rio de Janeiro. O Fonseca fechou as portas para o futebol profissional, como muitas outras equipes, e os dois clubes campistas ainda sobrevivem aos dias de hoje sem as glórias do passado e afundando cada vez mais em dívidas”.

“Muitas curiosidades e historias de lutas de desportistas de planície goytacá serão contadas na monografia, que, na pretensão de seus autores, irá se tornar um livro. Muita historia será contada e outras ficaram somente para o livro, mas mostrar uma eopéia ainda desconhecida de algumas gerações de campistas, sobretudo as mais jovens”, disse Ramon.

Memória futebolística: monografia promete emocionar os mais saudosistas

Aristides Leo Pardo - 8º período de jornalismo - FAFIC/Campos

Após dois, anos de intensas pesquisas em bibliotecas, arquivos de jornais e em diversos bairros e distritos da cidade, aos alunos Aritides Leo Pardo, Ingrid Figueiredo Oliveira e Ramon Sá Viana, ambos do 8º período de jornalismo da Faculdade de Filosofia de Campos (FAFIC), prometem arrancar suspiros dos mais saudosistas e a admiração daqueles que não conhecem a rica historia futebolística da cidade, pois esta é o tema da dupla em sua monografia que será apresentada no dia 2 de junho no auditório da FAFIC com exigência para a graduação em jornalismo.

O trabalho, que os autores pretendem transformar em livro ainda este ano, vai mostrar desde a chegada da primeira bola na cidade, na distante década de 10, até a catastrófica situação atual dos clubes que conseguiram sobreviver ao longo dos anos, passando pelo amadorismo, a implantação do futebol profissional, os campões ano a ano, a fusão do antigo Estado do Rio com a Guanabara, os craques campistas que fizeram sucesso na cidade e no Brasil e os que ficaram mundialmente conhecidos, a imprensa esportiva local, curiosidades e fatos que solidificaram a paixão pelo esporte bretão na planície goytacá, fazendo que houvesse por aqui um clássico de imensa rivalidade, como é o caso do confronto entre Goytacaz e Americano.

Certamente, os futuros jornalistas acertaram em cheio a escolha deste apaixonante tema que infelizmente pouco se deixou registrado para a posteridade. O trabalho será leitura obrigatória dos amantes do futebol e da cidade de Campos dos Goytacazes, que conhecer um pouco mais sobre a historia quase centenária do esporte local, e para os mais velhos relembrarem os áureos tempos de estádios sempre lotados. Vale a pena conferir esta garnde iniciativa.

Sensacionalismo: o mal do século XXI

Tatiana Freire, 8º período de jornalismo - FAFIC/Campos

A prática do sensacionalismo no Brasil há muito se tornou banal. Explorar e divulgar notícias objetivando a sensibilização ou a indignação do povo é uma das táticas mais utilizadas pelos veículos de comunicação em todo o país. Esse exagero, que por muitas vezes parte de interesses pessoais, já passou, por anos a fio, desapercebido pela grande massa da sociedade. Hoje, em dias em que as guerras civis não declaradas se instalaram no cotidiano das pessoas, fica perceptível aos olhos e aos ouvidos, mesmo daqueles mais leigos, a intenção da mídia, por sua vez formadora de opinião, de manipular os pensamentos e até, quem sabe, os atos da sociedade.

A espetacularização dominou o jornalismo. O simulacro faz com que a realidade e a simulação se confundam, como numa mistura homogênea. A grande massa, alienada ao que se passa nos bastidores dos “espetáculos”, se satisfaz com aquilo que é abordado pelos veículos de comunicação.

Chacinas, tragédias, seqüestros, assaltos. Situações como estas viraram produtos nas mãos da imprensa. O gancho dado à notícia depende de determinações superiores. O repórter já não pode mais cumprir sua função, que teoricamente seria de retratar o fato, transmitindo à população a notícia por si só.

A política editorial dos veículos de comunicação está diretamente ligada à verba destinada por setores do governo, empresas privadas e até mesmo pessoas físicas. Sendo assim, fica fácil identificar a presença do sensacionalismo em determinadas matérias. Desde que se propõem a ser imparciais, os jornais, Tvs e rádios estão adotando uma posição sensacionalista, visto que as notícias serão manipuladas para que os interesses dos “patrocinadores” sejam atendidos.

Partindo do pressuposto que a ética deixou de ser prioridade para determinar o bom jornalismo, chega-se à conclusão de que a base para tal avaliação se perdeu junto com o princípio, este que deveria voltar a reinar no exercício da profissão. Isso evitaria ainda o desgaste social num país em que famílias vêem seus parentes próximos morrerem, vítimas de vândalos que não são punidos pelo Estado. Como se não bastasse a perda, ainda são obrigados a reviver toda dor ao ver o sangue ser comercializado como mercadoria, estampado nas capas de todos os jornais diariamente.

Alunos de jornalismo estudam sensacionalismo na imprensa campista

Tatiana Freire, 8º período de Jornalismo - FAFIC/Campos

O “tiroteio” de informações ao qual a sociedade é submetida diariamente inspirou um grupo de alunos do 8º período do curso de Jornalismo da Faculdade de Filosofia de Campos a estudar mais profundamente o papel que os veículos de comunicação, mais especificamente a mídia impressa, exerce sobre a formação dos cidadãos. Através do trabalho de conclusão de curso, que será apresentado no próximo dia 03 de junho, os graduandos buscam descobrir até que ponto essa prática é capaz de manipular ou influenciar as pessoas.

Outro objetivo da monografia, segundo Ésio Malafaia Júnior, um dos membros do grupo, é revelar que uma simples posição adotada por determinado veículo na abordagem de um acontecimento é capaz de causar ânsia, pânico, desespero e até mesmo mudar completamente a rotina de milhões de pessoas.

Segundo ele, o tema do trabalho foi pensado a partir da necessidade de mostrar à sociedade a espetacularização que a mídia faz em cima de assuntos que envolvem a violência. Ele acredita que essa posição adotada esteja por trás de interesses financeiros.

— O tema violência sempre vai estar em voga no Brasil e no mundo. Esse foi um dos motivos que nos fez interessar em estudá-lo mais a fundo. Além disso, acreditamos que não há a necessidade de abordar os fatos de maneira tão exagerada, como vemos acontecer. Os veículos mostram sangue porque a população gosta, ou se acostumou, a ver sangue. Financeiramente o sensacionalismo é interessante para a mídia — avalia Malafaia.

Depois de ler alguns livros sobre o assunto, o universitário chegou à conclusão de que a violência é a válvula propulsora da mídia e por isso ela é tão explorada pelos veículos, seja impresso, televisivo ou radiofônico. “A falta de ética é predominante quando o sensaciolismo é realidade. Nosso trabalho tem como objetivo maior melhorar a sociedade em que vivemos, verificando a hipótese de que a cobertura parcial dos fatos causa desgaste social”, explicou Ésio.